Após dez anos
consecutivos e ininterruptos realizando seus ensaios abertos na Escadaria do
Paço, Gerônimo Santana leva o show “O Pagador de Promessas” para a Arena do
Sesc Senac Pelourinho, a partir de amanhã, 14 de abril. Os dias e horários das
apresentações continuam os mesmos – sempre às terças-feiras, às 20h, mas, pela
primeira vez, o cantor e compositor baiano poderá oferecer uma melhor
infraestrutura ao seu público fiel e sem abrir mão de permanecer no Centro
Histórico de Salvador. O novo palco terá, inclusive, cenografia alusiva à
Igreja do Paço, onde foi filmado o filme baseado na história de Dias Gomes, “O
Pagador de Promessas” – daí também o batismo do show.
Nessa nova fase, a
ideia é fazer com que o evento sobreviva e continue sendo um dos mais
expressivos da agenda cultural baiana e símbolo de resistência da produção
independente. Para isso, serão cobrados os valores simbólicos de R$ 10 e R$ 5
(meia entrada) para acesso aos shows. Dentro da arena, o público terá serviço
de bar e lanchonete com comidas regionais e quitutes, esquema de segurança,
além de uma loja do artista vendendo souvenirs, como camisetas, chaveiros e
canecas. No set list do show não faltam os maiores sucessos de Gerônimo, como
“É d’Oxum”, “Jubiabá”, “Eu sou Negão”, “Agradecer e Abraçar”, “Menino do Pelô”
e “Dandá”.
Sobre Gerônimo:
Gerônimo Santana é
desses músicos guardiões da música brasileira de raiz feita na
contemporaneidade. Depois de estudar composição e regência na Universidade
Federal da Bahia, mas sem abrir mão da música popular, considera-se um artista
semi-erudita. Também é cantor e bailarino afro, e já teve composições gravadas
por A Cor do Som ("Dentro da Minha Cabeça"), Diana Pequeno ("Mensageiro
das Águas"), Maria Bethânia, Elba Ramalho, Margareth
Menezes, Carlinhos Brown e Daniela Mercury.
No seu segundo disco
(o primeiro, "Página Musical", saiu pela Polygran), Gerônimo incluiu
composições que se tornariam famosas, como "É d'Oxum", incluída na
trilha sonora da minissérie "Tenda dos Milagres", e "Mameto
Kanlunga", composição feita para ajudar os desabrigados das inundações de
Salvador e que teve a participação de Batatinha, Riachão, Luis Caldas, Sarah
Jane, Chocolate da Bahia, Lazzo e Chico Evangelista.
Uma marca do trabalho de Gerônimo é
a polirritmia, que justifica a utilização vasta e frequente dos ritmos que
pesquisa e bem conhece. Dentre os que mais aparecem estão a Lambada, o Igexá, o
Aguerê, o Afoxé e o Adarrum, misturados com influências africanas e caribenhas.
Sobre a história do ensaio-show:
Em
1997, ele recebeu do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia
(IPAC) a casa que fica em frente à Escadaria do Paço, no Centro Histórico de
Salvador, para funcionar como seu escritório e como espaço cultural. No
entanto, a má condição do bairro inviabilizou seu projeto. “Comecei uma espécie
de show-ensaio, no final de 2003, e automaticamente a comunidade se mobilizou
para vender bebidas e comidas”, lembra ele. O Ensaio de Gerônimo passou a ser
um dos eventos mais expressivos na agenda cultural de Salvador, ocorrendo ininterruptamente
todas as terças-feiras, das 20h às 22h, e reunindo até 3 mil pessoas. “A
intenção era fazer um ensaio aberto, mesmo que de maneira improvisada. Na
primeira apresentação, havia mais músicos no palco do que expectador, mas o
povo abraçou o projeto que logo ficou conhecido em toda a cidade”.
Além de
“Gerônimo e Banda Mont Serrat”, os shows contam sempre com convidados. Artistas
de renome como Caetano Veloso, Margareth Menezes, Carlinhos Brown, Daniella
Mércury, Luiz Melodia e Mariene de Castro já passaram pela escadaria. No
entanto, um dos méritos mais importantes do projeto é dar visibilidade a novos
artista. “Eu uso o palco como agente de promoção democrática, servindo de vitrine
para quem está começando”, diz orgulhoso.
DISCOGRAFIA
Página Musical (1983)
Mensageiro da Alegria (1985)
Eu Sou Negão (EP de 4 faixas - 1986)
Dandá (1987)
Gerônimo (1988)
Dançarino (1989)
Mensageiro da Alegria (1985)
Eu Sou Negão (EP de 4 faixas - 1986)
Dandá (1987)
Gerônimo (1988)
Dançarino (1989)
Eu Te Amarei(Continental, 1997)
Rei do Lambadão (2001, independente)
É do Mar (2005, independente)
Rei do Lambadão (2001, independente)
É do Mar (2005, independente)
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