Mais de 60 anos depois de seu primeiro desfile na avenida, a Fobica de Dodô e Osmar retorna ao Carnaval de Salvador. Completamente reformado, o Ford de 1929 passou pelo circuito Osmar (Campo Grande), nesta sexta-feira (13), trazendo recordações para os foliões que há muito tempo já brincaram ao som do alto falante, que inovou e criou um novo estilo de brincar o Carnaval em Salvador.

Puxado por pelos irmãos André, Aroldo e Betinho Macedo, o trio arrastou uma multidão, que brincava ao som de músicas de antigos carnavais. Armandinho, que está em outro compromisso profissional, não esteve presente no desfile desta sexta-feira, mas volta à avenida nesse sábado (14). Entre os foliões estava o jornalista Araquém Goes, que desfilava com uma placa com os dizeres “Je suis Dodô e Osmar”, em referência ao jornal francês que sofreu atentado no ultimo mês. “Somos todos filhos de Gandhy e de Dodô e Osmar”, disse. “São nossos pais, por causa deles manteremos o Carnaval de Salvador vivo para sempre”, contou.

O grupo convidou para tocar guitarra baiana os jovens Bernardo, Ágata e Marcos Paulo, alunos da Escola de Música Irmãos Macedo. Os três fazem parte da nova geração da música que está sendo formada pela Escola, e nesta sexta ganharam projeção ao subir ao minitrio dos filhos de Osmar para desfilar pelo circuito que leva o nome do patriarca da família que é sinônimo de Carnaval na Bahia.

Ponto alto - A participação dos meninos foi o ponto alto da passagem dos irmãos Macedo pela passarela do Campo Grande, seguindo dentro do cortejo do Furdunço. Aroldo Macedo, que toca o projeto da escola há oito anos, contou orgulhoso que aqueles eram alguns dos seus 90 alunos. “Nossa escola foi a primeira a ensinar guitarra baiana no mundo. E esse é o trabalho que nos fazemos o ano inteiro”, disse o músico, antes de puxar um dos maiores sucessos da família: Chame Gente.

Para a foliã de 66 anos, Magnólia Martins, a volta da Fobica é uma oportunidade de relembrar carnavais passados. “São muitas recordações, lembranças maravilhosas. Achei excelente a ideia de trazer a Fobica para desfilar por essas ruas novamente”, conta. O folião Otácio Portela, de 45 anos, chamava atenção de todos por onde passava, com sua réplica em papelão da guitarra baiana. “Desde os meus 19 anos que acompanho o trio de Armandinho. Sempre venho de Feira de Santana para vê-los”, contou. Para ele, o retorno da Fobica representa a volta do Carnaval tradicional. “Nos leva de volta à origem desta festa, ao tradicional, onde tudo começou”.

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